segunda-feira, 19 de setembro de 2011

MONTANHAS DE MINAS

LEIAM NA ÍNTEGRA - E APRECIEM AS IMAGENS -

OBRAS DE THEO AMARAL







MINAS GERAIS
ELIANA MIRANZI


HÁ ALGO EM MIM QUE SE MOVE
COM MONTANHAS EM CADEIA.
QUE SE ESCORRE COM OS RIOS.
QUE SE DESPENCA EM CASCATAS.
ALGO EM MIM QUE FLUTUA
E VOA COM NUVENS NOVAS
FUGINDO LOUCAS AO VENTO.
E SE ESPANTA E SE DESLUMBRA
COM QUALQUER LUA LEITOSA
COMO SE TUDO ISSO
SEMPRE, SEMPRE FOSSE VISTO
PELA PRIMEIRA VEZ.

Série: "Montanhas de Minas", 2008.
THEO AMARAL -M. GERAIS- BRASIL-

Minas são muitas, já dizia o poeta... e foi com essa crença que surgiu a idéia da série de 21 pinturas que reverenciam as montanhas de Minas, suas nuances, desdobramentos, volumes...
Pinturas abrigam o encanto do artifício, imagens desdobradas, repetidas, trazendo-nos o equívoco do princípio e do fim. Essa poética permite sustentar estes espaços, “cenários-miragens”, instigando o espectador a apronfundar-se mais, frente à vastidão que cerceia estas paragens. O olhar percorre a paisagem e as imagens deslocam-se para o interior das telas. Abrigam percepções, impressões - sensações que acompanham a forma pictórica.
Imagens dúbias, despojadas do verbal e sempre acompanhadas do onírico. O poético destas imagens imerge da consciência como um produto direto da alma, de um homem tomado em sua totalidade e em sua imensa pequenez perante o mundo. Narrativas pictóricas que delineiam suas sutilezas e suas materialidades, visões poéticas cercadas da realidade do irreal.
O que dizer de cada linha imaginária que perpassa o horizonte, tênues linhas que trafegam soltas no espaço, livres, instigando-nos a percorrer seus contornos? E das inúmeras gamas tonais que fazem com que de onde se vislumbre estas paisagens tem-se a impressão de estar vendo uma grande colcha de retalhos?
O horizonte é vasto, o espaço é amplo e em contrapartida tem-se a impressão de que tudo não passa de uma grande tela – a noção do distante, a perder de vista, e do tão próximo, a arrebatar o olhar.
Estas paisagens propõem lampejos de memórias - um apropriar-se do inapropriável.

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