quarta-feira, 11 de maio de 2011


OBRA DE HOUDON = "LOUISE BROUGNART"

REFLEXÃO
A ARTE COMO EXPRESSÃO DA SENSIBILIDADE

Eliana R.C. Miranzi

Muitas vezes nossa sensibilidade é tocada de maneira tão forte, que não conseguimos nos expressar através da linguagem oral. Necessitamos colocar para fora o que sentimos, senão sufocamos. Tanto faz na alegria, no encantamento, como na tristeza, na angústia, ou sentimento de injustiça.
A criança grita nessas horas. Ao adulto, nem sempre convém gritar. Nosso grito é expresso pela arte. Quando usamos da arte para “gritar” nosso sentimento, fazemos com que ele saia de dentro de nossos corações, ajudando-nos a liberar nossas paixões intensas, nossos instintos primários, nossas dores ou alegrias. Não podemos, continuamente, negar, “fingir” que não existem. Estaríamos negando a vida, pois é a vida que traz esses sentimentos.
Nem sempre somos capazes de criar obras-primas. Mas somos todos capazes de expressar nosso deslumbramento ou nossa insatisfação.
As artes são formas de expressão de sentimentos.
A pintura, a música, a dança, o teatro, etc., são maneiras que o homem criou de jogar para fora o que sente. A obra criada pelo artista não serve apenas a ele. Serve a todos. Não necessariamente somos peritos na interpretação da técnica, ou no valor da obra, ou do talento do artista. Mas não passamos imunes, sem reação, ao observá-la. Ela “mexe” com o que há de mais profundo em nós. Tudo aquilo que “guardamos lá dentro”, tudo o que não fomos capazes, por nós mesmos, de expressar, a observação da arte nos ajuda entender, assimilar, aceitar ou expulsar. Por isso a arte tem importância vital para nós.
A beleza que a arte mostra, mistura de harmonia, ordem e proporção, traz equilíbrio. Este equilíbrio passa para as nossas mentes no momento da observação. A arte nos equilibra.
Pensemos em um quadro ou escultura, numa obra arquitetônica ou numa paisagem natural. [A natureza é a maior obra de arte]. Só de pensar nessas coisas nos sentimos bem.
No teatro, por ex., o ator fala aquilo que desejaríamos falar, grita o nosso grito. O artista chora por nós, ri por nós, xinga por nós. Nós somos “ele”. Porque é como se fôssemos nós que estivéssemos no palco, que tivéssemos pintado a tela ou composto a música. As artes nos purgam, purificam, nos “limpam”. A isso chamamos de “catarse”. “Catarse” é um efeito saudável da arte sobre nós. Traz-nos alívio, libera e cura. É como se estivéssemos envenenados e a arte fosse o antídoto para o veneno.
O conhecimento nos permite sobreviver.
A arte nos permite VIVER.

Nenhum comentário:

Postar um comentário